Rombo de R$ 3 bilhões: Ricardo Coutinho é outro Sérgio Cabral

As várias fases da Operação Calvário, deflagradas a partir do Rio de Janeiro, desnudaram a atuação criminosa e predatória de uma quadrilha que se utilizava de Organizações Sociais como a Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul e outras similares, para assaltar cofres públicos de vários Estados brasileiros, dentre os quais, infelizmente, a nossa pequenina e sofrida Paraíba.

Os meliantes entravam em entendimento com gestores públicos desses estados, ofereciam parcerias financeiras vantajosas e, em troca, recebiam de mãos beijadas a administração de unidades de saúde que movimentavam verbas volumosas.

Uma vez instalados no comando, fraudavam licitações, inventavam despesas fictícias, superfaturavam tudo que compravam e, ao final, recebiam mensalmente milhões e milhões dos governos estaduais. Uma parte desses valores, obviamente, era repassado, em forma de propina, aos cúmplices gestores.

Daniel Dantas, o chefão mafioso nacional, negociou e cooptou os gestores da Paraíba e aqui se aboletou no Hospital de Trauma, o maior do Estado. Outras Organizações Sociais também foram chamadas para ampliar a roubalheira.

Após investigações do Gaeco do Rio de Janeiro, a Organização Criminosa foi descoberta e suas ramificações em outros estados passaram a ser investigadas.

Aqui na Paraíba, o Governo do Estado, sob o comando de Ricardo Coutinho, estava completamente infectado pela corrupção desenfreada. Somente na Saúde, foram comprovados desvios de centenas de milhões de reais, segundo o Gaeco. Também na Educação, a roubalheira foi gigantesca. Outras áreas como Detran, Cinep, Secretaria de Ação Social, são alvos de investigações, com veementes indícios de servirem ao esquema criminoso.

Com vários secretários e auxiliares próximos presos, alvos de busca e apreensão, delações premiadas, o ex-governador Ricardo Coutinho é apontado como o poderoso chefão da quadrilha. Levantamento preliminar aponta para um rombo em torno de R$ 3 bilhões dos cofres públicos paraibanos, durante os 8 anos de governo girassol.

Proporcionalmente, Ricardo Coutinho pode ser considerado um segundo Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, preso e já condenado a mais de 200 anos de prisão pela roubalheira sem precedentes que praticou naquele estado.

A dinheirama roubada das finanças da Paraíba pela quadrilha chefiada pelo ex-governador Ricardo Coutinho seria suficiente colocar a saúde pública do Estado em níveis de primeiro mundo. Também poderia ter alavancado a nossa infraestrutura com obras da maior importância para o desenvolvimento da Paraíba.

Com investimentos desse porte, a geração de milhares de empregos teria sido suficiente para arrancar o estado da condição de pobreza em que se encontra.

Ricardo Coutinho deve ser julgado com rigor e celeridade por esses crimes contra a Paraíba e contra os paraibanos.

A Justiça daqui deve se mirar no exemplo do Rio de Janeiro.