Politicagem no São João de Campina: o maior prejuízo para a festa

Primeira Dama pré-candidata 'aparece' no palco ao lado do Padre Nilson

As festas juninas em Campina Grande chegam esta semana ao seu ápice. A cidade se prepara para receber centenas de turistas vindos de todos os cantos do Brasil, atraídos pela propaganda de que aqui se faz ''O Maior São João do Mundo''. Eles querem aproveitar os passeios pelos nossos distritos e por nossos cartões postais, conhecer as festas nas casas de shows e aprender a dançar forró no Parque do Povo. Tudo o que eles não querem saber é de política(gem).
Na última semana, dois fatos chamaram muito a atenção de quem foi ao Parque do Povo ou acompanhou os noticiários locais. O primeiro diz respeito à polêmica das famigeradas ''agulhadas'' que acabaram por afastar muitos forrozeiros da festa. A forma irresponsável como a notícia se propagou contribuiu para transformar noites com atrações que costumam atrair grande público em frustração e prejuízos. Foi preciso que a Polícia Civil convocasse a Imprensa para uma entrevista com o objetivo de esclarecer os fatos que trouxeram sérios danos ao nosso São João.
O segundo fato polêmico, e que gerou indignação, ocorreu na noite do dia 13 de junho, quarta-feira, por ocasião da apresentação da ''Missa da Luz'', com o Padre Nilson. Este ano, conforme o próprio texto divulgado pela Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande, o evento contou com a presença da primeira-dama do município, que agora também é pré-candidata a vice-governadora. Em frente ao palco, havia uma multidão de fieis, muitos dos quais vieram em caravanas de várias cidades do Estado. Uma ótima oportunidade para a primeira-dama se tornar conhecida, embora a repercussão não tenha sido a esperada por quem teve essa ''brilhante ideia''. Basta ler os comentários nas redes sociais para comprovar.
Aos defensores do São João de Campina Grande, fica o lamento por tamanha irresponsabilidade com que estão lidando com o maior produto turístico da Paraíba. À população consciente fica a preocupação com a economia da cidade.
Será que os propagadores de boatos ou defensores da política da autopromoção não pensam que seus atos afastam as pessoas da festa? Afina de contas, ninguem quer ir ao Parque do Povo para correr o risco de ser perfurado por uma agulha possivelmente contaminada pelo vírus HIV ou acompanhar algum show e ter que se deparar com políticos em cima do palco fazendo campanhas antecipadas.
Inacreditável que certos grupos, os mesmos que dizem amar e defender a nossa terra, acabam colaborando para o fracasso daquilo que temos de bom. O São João precisa receber toda a atenção técnica de quem realmente tem competência para fazê-lo acontecer, pois gera riquezas para a região. A festa não deve, jamais, ser tratada como moeda de troca por aqueles que estão em lados opostos.
Artur Bolinha
Diretor Executivo da Rádio 101 FM e pré-candidato a Deputado Estadual


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