A burocracia e a lentidão dos órgãos de fiscalização e da própria Justiça como um todo, são os maiores responsáveis pela impunidade que é a regra geral predominante quando se trata de crimes contra erário público.
Não bastam as denúncias que pululam todos os dias em todos os meios e veículos de comunicação. Todo mundo sabe e está vendo que determinado gestor está desviando recursos, superfaturando obras e serviços, metendo a mão no dinheiro público, enriquecendo às custas do erário, mas as providências urgentes e necessárias para fazer cessar a roubalheira demoram séculos. Eis a regra geral a imperar no Brasil.
No município de Bayeux, castigado por uma crise política e administrativa sem tamanho, com a prisão e afastamento de um prefeito e afastamento e cassação do vice-prefeito que o substituiu, a população assiste a um festival de desvio de dinheiro público, escorrendo pelo ralo de todas as maneiras, mas sempre numa única direção: beneficiar gestores e seus familiares.
Os órgãos de investigação tem atuado e foram determinantes para a prisão e afastamento do prefeito Berg Lima. Entretanto, esse gestor flagrado em crime de concussão, continua usufruindo das benesses do cargo, apesar de não estar o exercício dele. Nomeia parentes a apadrinhados para cargos estratégicos e bem remunerados e continua a receber polpudo salário de mais de R$ 20 mil. Como a Câmara não o cassou e a Justiça se arrasta a passos lentos para condená-lo, a farra continua.
O atual gestor, um vereador sem maior expressão, mais parece um mamulengo à frente da administração municipal. Não sabe de nada. Não conhece os meandros das licitações fraudadas. Continua alimentando empresas suspeitas de irregularidades. Não fornece informações sobre gastos. Nomeia parentes a granel. Loteia a prefeitura com a parentalha de vereadores.
Enfim, a sangria nos cofres públicos de Bayeux continua desenfreada. Ninguém sabe até quando.
Para se ter uma ideia do volume de dinheiro que entra nos cofres do município mensalmente, publicamos aqui apenas algumas informações colhidas no SAGRES do Tribunal de Contas.
Como se pode ver acima, a receita da Prefeitura no mês de março foi de R$ 11.395.710,94 e o prefeito Nôquinha gastou R$ 6.592.667,99 com a Folha de Pagamento dos Servidores. Houve uma sobra de R$ 4.803.042,95, quase R$ 5 milhões. Onde foi usado esse dinheiro?
Já no mês de abril, portanto um mês depois de assumir o cargo, tendo tempo para analisar, tomar medidas saneadoras, o prefeito optou por aumentar a Folha em quase R$ 1 milhão. Mesmo assim, com uma receita de R$ 10.731.433,13, houve um gasto de R$ 7.443.400,28, sobrando R$ 3.288.032,85. A mesma pergunta se impõe: em que foram gastos?
A população sabe a montanha de dinheiro que entra todo mês nos cofres da prefeitura. Mas não sabe em que está sendo gasta.
Somente os órgãos fiscalizadores (MP, TCE, TCU) podem dar um basta nessa sangria, já que a maioria da Câmara foi comprada com cargos de elevados salários para as famílias dos vereadores.







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