Com apoio e proteção de desembargadores e ministros, Berg Lima saqueou os cofres públicos durante 14 meses


O Ministério Público recebeu a denúncia e investigou. Através do Gaeco, montou operação que gravou em áudio vídeo todos os detalhes do repasse de propina ao prefeito Berg Lima, no interior de um restaurante da cidade. O gestor recebe a grana das mãos do empresário, pede para que coloque o dinheiro num envelope e, em seguida, enfia o pacote dentro da cueca. Após descer as escadas e chegar ao térreo, o prefeito recebe voz de prisão dos policiais, é obrigado a erguer a camisa e expor o pacote de dinheiro escondido na cueca.
Após tramitar normalmente com oitivas, depoimentos de testemunhas, ampla defesa, exercício do contraditório e tudo o mais, o juiz da 4a. Vara Mista de Bayeux, Francisco Antunes Batista condenou Berg Lima por improbidade administrativa, determinando a perda do mandato, multas e outras medidas punitivas.
Por essas incongruências e meandros da justiça, após 1 ano e 5 meses afastado do cargo, no dia 19 de dezembro de 2019, Berg consegue uma liminar de um desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba para retornar ao cargo. Essa decisão é posteriormente confirmada pelo STJ.
Com isso, o gestor condenado por receber propina para liberar pagamentos da prefeitura a um empresário, ficou à frente da administração de Bayeux e, portanto, com a chave do cofre municipal nas mãos, durante os últimos 14 meses (a se completarem no próximo dia 19 de fevereiro).
Percebendo a leniência da justiça e a facilidade de driblar suas decisões, com o pagamento milionário de bons advogados, Berg Lima continuou no caminho da delinquência. Passou a montar uma verdadeira organização criminosa na administração pública. Convocou mais familiares para integrar o núcleo político da Orcrim. Dividiu tarefas com secretários municipais de confiança. Fraudou licitações. Inchou a folha de pagamento com dezenas de funcionários fantasmas, seja para pagar a fidelidade de vereadores, seja para angariar recursos para pagamento de advogados.
Para se ter uma pálida ideia do prejuízo causado aos cofres públicos, vejamos os valores recebidos somente pela família do prefeito, em salários pagos pelos cofres públicos, nos últimos 14 meses:
Todo esse prejuízo aos cofres públicos de Bayeux, causado por um gestor reconhecidamente corrupto, já condenado por um Juiz, está sendo pago pelo suor, sangue e lágrimas da população do município, que paga seus impostos e não recebe a contrapartida em serviços, ações e obras.
E o culpado não é apenas o gestor criminoso. 
Desembargadores e ministros, que são servidores pagos regiamente pelos contribuintes, e que deveriam oferecer uma justiça ágil, rápida e capaz de fazer cessar esse esbulho, ao contrário disso, fecham os olhos, deixam o tempo passar, e pior ainda, deixam a raposa retornar ao galinheiro. Mais ladina, com a certeza da impunidade, dilacerando o Erário, com garras mais afiadas.
Os membros do Judiciário, tanto na esfera do TJ PB, como no STJ, deveriam ser responsabilizados a pagar essa conta, por permitirem a ação deletéria de um criminoso, mesmo diante de todas as evidências.
Recentemente, um gestor do interior paraibano foi afastado do cargo por decisão de um desembargador, pela prática de nepotismo.
Ora, ora, vejam só. Berg Lima foi gravado recebendo propina. Foi condenado por um juiz. E permanece no cargo, roubando livremente. Nepotismo é o menor dos seus delitos.
Doutos Desembargadores e Ministros, vossas excelências são culpados por essa sangria de recursos públicos que deveriam salvar vidas em um município pobre como Bayeux.
As mãos de vossas excelências estão manchadas. Vossas consciências também.
Acordem! Façam Justiça!

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