Como toda a Paraíba sabe, a ex-primeira dama e jornalista Pamela Bório, que foi casada com o governador Ricardo Coutinho e com ele tem um filho, enfrenta um longo calvário após a separação. Sem contar com nenhum apoio por parte de entidades feministas, sofrendo ataques cerrados da mídia sustentada pelos cofres do governo e diante dos olhos vendados da justiça, Pamela perdeu a guarda do filho, tendo restrições até mesmo para encontros semanais.
Com a facilidade de quem conta com um batalhão de advogados caros e bancados pelo governo, RC desferiu contra a ex-companheira um vendaval de processos, com o objetivo de neutralizar e calar a jornalista, que que chegou a ser proibida de emitir opiniões nas redes oficiais.
Com o andamento dos processos nas instâncias superiores, uma vez que o governador tem foro privilegiado, o posicionamento da Justiça começou a causar dor de cabeça no poderoso cacique paraibano.
Diversas decisões revogaram medidas coercitivas contra Pamela Borio e atingiram Ricardo Coutinho. Recentemente, o Juiz Especial Criminal da Capital condenou a jornalista por injúria. A advogada que defende Pamela vai recorrer dessa decisão e emitiu Nota de Esclarecimento sobre a situação de Pamela Borio.
NOTA DA ADVOGADA LAURA BERQUÓ
“Mídias pagas pelo governo divulgaram, ontem (quarta, dia 23), que Pâmela foi “condenada em ação de calúnia” movida pelo governador, no entanto, mentiram já que a referida sentença foi julgada procedente em parte e o pedido de condenação de Pâmela pelo crime de ameaça tendo como suposta vítima o Governador foi julgado improcedente.
Isso não foi publicizado, claro. Bem como omitiram que o próprio Ministério Público pediu a absolvição da jornalista neste caso porque não viu elementos que pudessem caracterizar a tal ameaça.
Infelizmente, o juízo de 1º grau não considerou provas trazidas pela defesa como peças do processo da Maria da Penha que corre no STJ e depoimentos de testemunhas, uma delas dizendo temer pela própria vida. Inclusive a mãe de Bruno Ernesto testemunhou, porém, a decisão ateve-se apenas ao tipo penal sem considerar as situações a que Pâmela vem sendo submetida, inclusive às do contexto específico da discussão íntima entre as partes via WhatsApp e por isso acreditamos que quanto à condenação pelo crime de injúria a decisão será reformada.
Pâmela tem vivido todos esses anos sob enorme pressão e retaliação e vários tipos de violência que estão sendo apurados pela sindicância 690 do STJ-DF a pedido da Procuradora Geral da República Dra Raquel Dodge. A decisão de primeiro grau foi proferida antes da revogação do sigilo do Inquérito 3736 no STF, confirmando que o Governador está sob investigação no STJ pelo escândalo do Jampa Digital.
O despacho do Ministro Alexandre de Morais não era público até então. Seguiremos confiantes na justiça caminhando com a verdade. É um absurdo o que uma mulher tem passado aqui na Paraíba, sem poder contar com o apoio de autoridades policiais que nunca encaminharam ao STJ e a PGR vários pedidos de representação criminal por violência doméstica que se estendem desde 2015, tendo que procurar por contra própria e ser atendida somente em janeiro de 2018 com a concessão de medidas protetivas.”
Postar um comentário