Com a máquina da prefeitura em ação e gordo volume de verbas públicas na campanha, eleição em Cajazeiras vira jogo de cartas marcadas



Na maioria dos municípios brasileiros, é coisa corriqueira os gestores usarem o poder e a estrutura da máquina pública para turbinar suas campanhas pela reeleição. Afinal, quem está pendurado nas têtas das prefeituras e dos governos, já sai na frente com larga vantagem sobre seus concorrentes.

Aqui na Paraíba não é diferente. Sem fiscalização rigorosa do Tribunal de Contas e contando com a leniência da Justiça Eleitoral, muitos prefeitos pintam e bordam, manipulando e desviando verbas e recursos públicos para irrigar suas campanhas ou a de seus sucessores.

Em Cajazeiras, a situação é calamitosa. 

O prefeito Zé Aldemir e sua candidata Corrinha, ex-secretária de Educação, contam com duas organizações que estão sugando milhões dos cofres públicos e, de acordo com as denúncias já feitas pela Câmara Municipal e por diversas lideranças municipais, estariam financiando a campanha da candidata oficial.

Trata-se do Instituto de Gestão Social de Pernambuco - IGESPE, sediado em Caruaru, e a Cooperativa do Trabalho e Produção de Bens e Serviços - COOPBRAS, com sede em São Luis/MA.

Copiando a desastrosa gestão do ex-governador Ricardo Coutinho, que desviou cerca de R$ 130 milhões da saúde da Paraíba, de acordo com a Operação Calvário, o prefeito Zé Aldemir já botou no bolso do IGESPE a bagatela de R$ 10.288.000,00 (DEZ MILHÕES e DUZENTOS E OITENTA e OITO MIL REAIS). Para os cofres da COOPBRAS foram transferidos R$ 4.432.000,00 (QUATRO MILHÕES e QUATROCENTOS e TRINTA E DOIS MIL REAIS), num total escandaloso de R$ 14.270.000,00 (CATORZE MILHÕES e DUZENTOS E SETENTA MIL REAIS), de janeiro a agosto deste ano.



E toda essa dinheirama saiu de onde? Dos combalidos recursos da Saúde de Cajazeiras. Isso mesmo. Pode falta medicamento nos PSFs. O atendimento pode ser precário na rede de saúde municipal. Mas não faltam recursos sendo repassados mensalmente para essas duas organizações privilegiadas.

Outra empresa que parece estar nas nuvens, com o montante de dinheiro que já recebeu, é a JV Comércio de Derivados de Petróleo, que fornece combustíveis para a frota municipal. Nos primeiros sete meses deste ano, já recebeu R$ 3.780.000,00. Ano passado, quando não houve eleição, a prefeitura pagou a essa empresa menos de R$ 2 milhões pelos mesmos combustíveis.

A denúncia que corre por toda a cidade é que o prefeito e sua candidata autorizam abastecimento de motos, carros, bicicletas, velocípedes, carroças de burro e qualquer coisa que se mexa na cidade. Desde que os votos sejam garantidos.

Assim, sem fiscalização, sem punição, sem qualquer freio, as eleições em Cajazeiras podem ser tudo, menos uma manifestação livre e democrática da população.

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